terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mulheres em Movimento mudam o mundo
( gostei demais desse texto e decidi postar)
....esse blog é bastante interessante e vale muito a pena , vocês lerem...tê-lo como referência de pesquisas...estudos.
E aí que desde semana passada estou completamente jogada para o Vale do Paraíba por causa da intensa luta que vem acontecendo na ocupação do Pinheirinho em São José dos Campos, as coisas por lá continuam pegando e enquanto este post vai ao ar devo estar a caminho de SJC novamente. Levando em conta essa vivência intensa com a luta de classes e o contato que tenho tido com este movimento que é visivelmente também um movimento de mulheres, isso me levou a pensar na questão do movimento de moradia e sua relação necessária com o próprio movimento de mulheres.
Tentativa de remoção da comunidade da Taboinha no Rio de Janeiro em novembro de 2010. Imagem: Gabinete do Dep Marcelo Freixo em CC
Ouvi muita coisa sobre movimento de moradia, principalmente nas minhas idas ao Paraná. Coisas que me faziam refletir ainda mais sobre a transversalidade da pauta das mulheres nas chamadas lutas gerais, pois curiosamente – ou nem tanto – parte considerável do movimento de moradia em sua base é formada por mulheres de todos os tipos: casadas, solteiras, mães, filhas, religiosas.
Não é muito de se admirar que estes movimentos tenham em sua base social uma quantidade expressiva de mulheres, até por que é dito em alto em bom som em todos os cantos que as mulheres são a maioria da classe trabalhadora e, sendo assim, são as mais expropriadas pelo capital. Então nos movimentos onde as pautas com moradia, creches, carestia e em geral acabaram organizando em muito a vida política das mulheres, pois dialogavam com pautas concretas da classe e destas tomavam contato com outras pautas também importantes às mulheres.
As mulheres acabam por se colocar nestas lutas por terem a responsabilidade na sociedade patriarcal de organizar e vertebrar a família, é nossa a tarefa de cuidar e criar os filhos e como fazê-lo sem um teto, sem água e luz? Pensar esta relação intrínseca entre as mulheres os demais movimentos  sociais é importante, aina mais para quem se propõe a transforma a sociedade, sem identificar quem são as pessoas que mais sofrem com a expropriação, opressão e afins fica apenas o discurso retórico, com pouco ganho para um avanço real de consciência e da própria luta e talvez hoje por hoje esta relação e necessidade de pensar as coisas de forma casada seja muito mais perceptível junto ao movimento popular ou de moradia. Por motivos óbvios.
Os temas de violência doméstica e sexual tornam-se latentes nestes espaços, assim como o próprio debate sobre sexualidade, pois não podemos ter fetichismo com as mulheres também, há tabus, fomos socialmente construídas para ocupar determinado espaço da sociedade, o espaço privado e de cuidado dos filhos e marido e não o espaço público onde a política é cotidiana, achar que o fato de se deparar com o movimento popular irá derrubar muros de construção social secular. Porém parto sempre do pressuposto que pessoas em movimento são mais fáceis de disputar ideologicamente do que as que se pretendem conservar a sociedade aí existente, estão abertas ao diálogo, mesmo sendo difícil e muitas vezes delicado este diálogo, porém sabem da necessidade – mesmo sem ter lido nenhum grande pensador – de mudar as coisas para garantir uma vida melhor para todos.
(escrito por Luka, que é jornalista, paraense radicada na cidade de São Paulo)
Abraços,
Até a próxima matéria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário